sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Em busca do conflito...



     Na ultima quarta-feira assisti o filme do "Começo ao Fim" de Aluisio Abranches,que tem uma boa mistura polêmica: homossexualidade e incesto, tudo num prato só...

    Saí do cinema com um grupo de amigos (vale salientar que a sala estava lotaaaaaaada) e eles indignados porque não houve conflito, entre eles e a sociedade, porque haaaaaja análise pra poder viver daquele jeito, porque mostrou tudo de uma maneira muito simples, e eu com uma sensação maravilhosa de que alguns tabus, só são tabus quando assim queremos.
    Gostaria de dizer que não to fazendo apologia a nada, e nem tô afim de ter um caso com minha irmã (risos), mas quando as pessoas tem um olhar diferente sobre as relações porque elas não podem viver isso? Porque o conflito de brigas, arrancar cabelo, se desesperar, tomar "chumbinho" pra morrer?
     Meus amigos falaram que não houve conflito, mas o olhar da mãe daqueles garotos (Julia Lemmertz, maravilhosa por sinal) para as cenas de demostração de carinho entre os dois, e todas as duvidas e questionamentos passando pela cabeça, será que isso não é conflitante? E mesmo diante disso escolher não CASTRAR o amor desse dois? trazendo um série de regras como: isso não pode , isso pode , isso é de homem, isso é de mulher...
     Como disse, o conflito maior ficou dentro de nós, foi a escolha por viver, por germinar esse amor num ambiente familiar com outros olhares, valores. Todos ali eram conscientes do que aconteciam, e viviam de uma outra maneira com isso, diferente da que estariamos acostumados...
     Pra mim, o filme assustou por trazer , ainda que numa película, num mundo "imaginario" , uma concretização dos discursos transgressores. "ah faça o que tu queres pois é tudo da lei.." , "pra isso tem o livre arbítrio...", " o amor é o sentimento mais profundo e verdadeiro"...
     Gostei do filme por me considerar um sonhador, por acreditar que a vida é possivel, nas suas diversas manifestações, nas nossas diversas escolhas, e ver que isso é abordado me deixa feliz, por trazer uma simples expressão : POR QUE NÃO?
      Sinto-me bem mais leve depois de escrever (risos) pois a necessidade que as pessoas me mostraram de ter conflito, me inquietou, e me mobilizou, acreditar ainda mais que a vida é sim possivel...
      Que venham os conflitos e saibamos como lidar com isso da maneira mas profunda e sincera com os nossos sentimentos e crenças...

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